Rede de saúde de Alegrete contribui na formação de médicos da UFSM

FOTO: Paulo André Dutra
Através de convênio firmado entre a Universidade Federal de Santa Maria e Prefeitura Municipal, Alegrete sedia desde 2009 o internato regional dos alunos do curso de medicina da instituição. Parte do estágio curricular, o convênio pretende aproximar os acadêmicos do sexto ano da rede de atenção básica.

Mais de 70 estudantes já passaram pelo internato regional de dois meses, que tem intensa parte teórica ministrada no NUMESC (Núcleo Municipal de Educação e Saúde Coletiva), localizado no Centro Social Urbano, com orientação do médico Carlos Thompson Flores. São 40 horas semanais, com estudo teórico pela manhã e prático à tarde. O estágio prático acontece principalmente nas unidades básicas de saúde do município e, eventualmente, na Santa Casa de Caridade.

Segundo Thompson Flores, os estudantes aportam no município com bom conhecimento teórico, aprimorando o atendimento junto aos profissionais da rede. "A ideia é que passem pelo SUS na linha de frente, em todos os projetos que envolvem atendimento médico", explica, reforçando que a vantagem na formação vem da diferença entre o conhecimento adquirido na atenção básica e no hospital universitário. Para a interna Juliana Navarro, paranaense de Toledo, a união das partes prática e técnica modificam a percepção acadêmica. "Aqui podemos desviar um pouco a nossa visão e entender um outro nível de complexidade", avalia.

A UFSM possui convênios para o internato regional com diversas prefeituras, mas Alegrete destaca-se como opção dos estudantes. Segundo Leonardo Rosa, as referências colhidas junto aos internos de outros semestres atraiu sua atenção. "Ouvimos falar bem do sistema daqui, da boa infraestrutura das unidades básicas, dos médicos, do Centro Social Urbano bem equipado, da qualidade do atendimento aos pacientes. Atende bem as nossas necessidades", garante Leonardo, alegretense radicado há muitos anos em Erechim.

Thompson Flores percebe esta como uma vantagem para a cidade, devido á necessidade de mais médicos na rede e especialistas em diversas áreas. "Estamos mostrando aos novos médicos que a nossa cidade é boa e eles talvez queiram ficar. Já temos exemplos disso", confirma. O prefeito Erasmo Silva, que também é médico, corrobora a tese do orientador: "a relação da prefeitura com a universidade estimula a qualificação do sistema. E a qualificação do sistema melhora o atendimento à população e a atração de profissionais. É uma via de duas mãos", entende.

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